Os estudos longitudinais (coortes) são fundamentais para compreender os fatores que levam a determinado comportamento ou estado de saúde de indivíduos ao longo da vida. Estes estudos, capazes de abranger todos os ciclos da vida, são de grande importância para a formulação de políticas públicas para a saúde da população.

O Decit/SCTIE/MS financia diversos estudos longitudinais que buscam entender o processo saúde-doença em diferentes populações.

O Consórcio de Coortes de Nascimento de Ribeirão Preto, Pelotas e São Luís (RPS), congrega as mais antigas coortes de nascimento do Brasil. Sua configuração é única em termos de cobertura temporal, geográfica e de informação disponível no país. Juntas, as coortes de nascimento analisam as condições de saúde de grupos de pessoas desde o nascimento com o objetivo de observar a influência das condições de saúde, ambientais e socioeconômicas dos indivíduos na primeira infância e suas possíveis consequências na saúde no futuro. Foram investidos, até o momento, R$ 30.132.890 milhões de reais.

Estudo multicêntrico nacional busca investigar os fatores de risco cardiovasculares em adolescentes, possibilitando a obtenção de informações para o aprimoramento de políticas públicas destinadas à prevenção e controle de doenças crônicas.  A primeira fase da pesquisa avaliou o perfil do risco cardiovascular de cerca de 75 mil adolescentes, entre 12 e 17 anos, provenientes de escolas públicas e privadas de cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes. Atualmente, o ERICA está na segunda fase da pesquisa, acompanhando os adolescentes que participaram da primeira fase nos estados do Ceará, Distrito Federal, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. O estudo contou com investimento de R$ 16 milhões.

O ELSA-Brasil tem como objetivo identificar os fatores de risco para as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), especialmente as doenças cardíacas, as cerebrovasculares e o diabetes mellitus tipo 2. O estudo envolve a participação de mais de 15 mil adultos, com idades entre 35 e 74 anos, servidores ativos e aposentados de seis instituições públicas de ensino superior e pesquisa do Brasil. Desde 2008, em períodos de aproximadamente três anos, os participantes são recrutados para realizar entrevistas, exames e medidas que compõem os dados do estudo.

O Estudo Longitudinal de Saúde do Idoso (ELSI-Brasil) é parte de um esforço internacional para melhorar o entendimento do envelhecimento ativo e saudável, para estimar as demandas aos sistemas sociais e de saúde e para produzir informações estratégicas para a avaliação do impacto de políticas nestas áreas. A pesquisa acompanha, aproximadamente, 9.400 pessoas, com faixa etária igual ou superior a 50 anos. É conduzida em 70 municípios nas cinco grandes regiões do país. É o primeiro estudo de coorte a ser desenvolvido em amostra nacional representativa dessa população.  A primeira etapa do ELSI-Brasil foi concluída em 2016 e seus resultados estão disponíveis no site

O estudo tem o objetivo de avaliar as coortes brasileiras de gestantes com exantema (erupção geralmente avermelhada que aparece na pele devido à dilatação dos vasos sanguíneos ou inflamação) e as coortes de crianças com microcefalia ou outras manifestações da síndrome congênita do Zika (SCZ), para estimar o risco após exposição materna ao vírus Zika durante a gestação e caracterizar o espectro e evolução das manifestações da síndrome. O investimento é de, aproximadamente, R$ 20 milhões.

Com a execução da pesquisa, o Ministério da Saúde, juntamente com os pesquisadores responsáveis, pretende:

• Compartilhar protocolos e instrumentos de pesquisa;
• Harmonizar instrumentos de pesquisa e variáveis permitindo a análise combinada dos diferentes estudos;
• Estabelecer planos e protocolos de análise que permitam a realização de metanálises;
• Subsidiar o processo de tomada de decisão sobre o enfrentamento à infecção pelo vírus Zika e suas consequências.