Brasília sediou, nos dias 25 e 26 de junho de 2019, o II Encontro Nacional sobre a Agenda Estratégica de Pesquisas em Alimentação e Nutrição no SUS e o Seminário de Avaliação Final das Revisões Sistemáticas sobre o mesmo tema.

O evento reuniu pesquisadores e técnicos do Ministério da Saúde para dois dias de diálogo sobre resultados e perspectivas da pesquisa em nutrição, com foco nos temas de obesidade e deficiências nutricionais. O encontro marca ainda a comemoração de 20 anos da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN).

A mesa de abertura e as palestras iniciais mostraram o trabalho que tem sido desenvolvido no sentido de fundamentar decisões políticas nessa temática para o SUS em conhecimento científico. “O Ministério da Saúde tem realizado com a PNAN uma política de estado, não de governo, baseada em evidências”, destacou Michele Lessa, Coordenadora-Geral de Alimentação e Nutrição da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (CGAN/DPS/SAPS). “Todo projeto que propomos, ou mostramos que tem efetividade ou não sai do papel”, completou.

A parceria com a Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde (SCTIE), por meio do Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit), foi um dos destaques do encontro. “Temos como eixo norteador diminuir o espaço entre a academia e a gestão e tornar a tomada de decisão menos intuitiva e mais integrada às evidências científicas”, afirmou Daniela Fortunado Rêgo, Coordenadora de Evidências e Informações Estratégicas para a Saúde (COEVi/Decit/SCTIE).

Em seguida, os pesquisadores expuseram seus achados em revisões sistemáticas de estudos de intervenções com foco em redução de peso e IMC – e as pesquisas não revelam grande magnitude de mudanças antropométricas em crianças, adolescentes ou adultos, o que aponta para a necessidade de outras estratégias em alimentação e nutrição para a promoção da saúde.

Uma das novas perspectivas é a agenda regulatória de alimentos, que para avançar, segundo Michele Lessa, precisa de evidências com dados brasileiros e de avaliação de impacto de políticas em aumento de tributação e limitação de publicidade de alimentos que podem ser prejudiciais à saúde.

Além dos pesquisadores e do Ministério da Saúde, participaram do encontro também representantes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).